U2: "HOW TO DISMANTLE AN ATOMIC BOMB"


"We've waited 25 years to make this record" (Bono - Q Magazine, November Issue)

Foi para isto que eles esperaram 25 anos? É para rir, certo?
A afirmação até teria a sua piada, não estivesse Bono tão convicto de que este é o melhor disco da carreira dos U2. Sendo fã da banda desde os tempos de "Boy", o Astronauta admite que ficou preocupado com as declarações do Sr. Paul Hewson, que parece convencido (ou quererá apenas convencer-nos?) da suposta genialidade de "How To Dismantle An Atomic Bomb", presumo que superior a clássicos como "War", "The Joshua Tree", "Achtung Baby" ou mesmo "Zooropa". O homem estará louco? Ou será o Astronauta que está demente (é bem possivel!), porventura até surdo (também já faltou mais...), por considerar este novo disco dos "muchachos" de Dublin mais um passo ao lado, de uma banda que, de disco para disco, sempre me habituou a dar passos em frente?
Na opinião deste Astronauta, que fique bem claro, "How To Dismantle An Atomic Bomb" é um disco mediano para os parâmetros dos U2. Não que seja um mau disco. Canções como "Vertigo", "Love And Peace or Else", "Sometimes You Can't Make It On Your Own" e "Fast Cars" mostram que há aqui alguns motivos de interesse, suficientes para evitar o naufrágio. Porém, está longe, muito longe de poder ser equiparado aos melhores trabalhos da banda. Apesar de se situar uns bons furos acima daquele enorme "equívoco" chamado “All That You Can’t Leave Behind”.
No meu entender, o maior pecado de "How To Dismantle An Atomic Bomb" é a sua falta de ambição. É um disco conservador e demasiado previsível. Não corre riscos. Não busca novas direcções. Pior, não acrescenta nem uma vírgula a uma fórmula que já vinha revelando poucos sinais de vitalidade. Não era suposto esperar-se mais da auto-proclamada "maior banda rock do Planeta"? Eu, pelo menos, esperava. "How To Dismantle An Atomic Bomb" soa aos U2 a imitarem...os U2! (Quantas bandas não são crucificadas por fazerem exactamente o mesmo?) Falta a este disco a energia de "Boy", o génio de “The Joshua Tree” e a ambição de “Achtung Baby”. É pena, pois "Vertigo" prometia mais, muito mais...

Pontuação: 6/10