POSTO-DE-ESCUTA [MAIO 07]

EDITORS "AN END HAS A START"
"An End Has A Start" desenvolve a fórmula explorada no estreante "The Back Room". É verdade que a escrita está mais apurada, a produção mais cuidada, mas no essencial mantêm-se intactos os ingredientes que estiveram na base do sucesso do quarteto de Birmingham. As guitarras continuam nervosas e empolgantes (a lembrar os "reverbs" de The Edge por alturas de "Boy"), o baixo mantém-se saltitão e a puxar para a dança e a voz inquietante de Tom Smith continua a evocar o fantasma de Ian Curtis. Depois há as canções. Canções do calibre de "Bones", "The Weight Of The World", "Spiders" e "An End Has A Start", que prometem repetir os feitos de "Munich", "Blood" ou "Fingers In The Factory". 
Aprovado.   
By PAULO GARCIA


NEW YOUNG PONY CLUB "FANTASTIC PLAYROOM"

Depois de um punhado de soberbos singles onde recuperaram o legado de bandas como as Luscious Jackson, Au Pairs, ESG, Delta 5 ou Altered Images, eram legítimas as expectativas criadas em redor do álbum de estreia dos ingleses New Young Pony Club.
"Fantastic Playground" não desilude. Bem pelo contrário. Oferece tudo aquilo que dele se esperava. E o que dele se esperava eram canções que estivessem ao nível dos singles "Ice Cream", "The Bomb" e "Get Lucky". 
Temas como "The Get Go", "Hiding On The Staircase" e "Fan" prometem agitar as pistas-de-dança e animar as noites de Verão que se aproximam. 
Para consumir sem reservas e contra-indicações de qualquer espécie.
By PAULO GARCIA




THE CHEMICAL BROTHERS "WE ARE THE NIGHT"
Dois anos volvidos sobre a edição de "Push The Button", os Chemical Brothers voltam a atacar as pistas-de-dança com "We Are The Night".
Este novo disco sofre do mesmo síndroma que afectou os anteriores álbuns do duo: a falta de consistência. Há temas muito bons, como é o caso do explosivo novo single "Do It Again" e da parceria com os Klaxons em "All Rights Reversed", e outros absolutamente inconsequentes e dispensáveis, como por exemplo "We Are The Night", "The Salmon Dance" ou "Battle Stars". Estes desiquilibrios confirmam a minha tese de que os Chemical Brothers sempre foram, acima de tudo, uma banda de singles. Para sorte nossa, de
 grandes singles.  
By PAULO GARCIA


THE BRAVERY "THE SUN AND THE MOON"
Regresso pálido para os The Bravery, dois anos depois do disco que assinalou a sua estreia.
Um pouco à semelhança do que fizeram os The Killers em "Sam's Town", também a banda de Sam Endicot optou por investir numa sonoridade menos dominada pelos teclados "vintage" e refrões à Duran Duran. Com esta mudança (apesar de tudo, não tão radical quanto a dos The Killers), a banda perdeu alguma da sua garra, energia e sensibilidade pop. "Every Word Is A Knife In My Ear" é talvez o único tema que faz a ponte com o passado e que nos remete para os ambientes festivos de "Honest Mistake". Depois há "Bad Sun" (servida por uma melodia "catchy" e solarenga que tem tudo para ficar no ouvido), "Split Me Wide Open" e "Believe", canções que, com outro tipo de roupagem, teriam lugar no álbum de estreia dos Nova Iorquinos. Enfim, "The Sun And The Moon" não é o descalabro que se temia, porém fica alguns furos abaixo do seu antecessor. 

By PAULO GARCIA