Vídeo | DEPECHE MODE - CONCERTO NO ROSE BOWL FOI HÁ 25 ANOS (actualizado)

18 de Junho de 1988. O dia em que a pop electrónica conquistou os estádios. Foi há 25 anos. Na minha cabeça, foi como se tivesse sido ontem. 

Para os fãs que seguiam a banda desde o primeiro disco, este foi um concerto especial, pois como que mostrava que "nós" estávamos certos. "Nós" sabíamos que os Depeche Mode tinham potencial para atingir este patamar. Era...uma questão de tempo.

Hoje, confesso que me custa um pouco ver os Depeche Mode tocar em estádios para 50/60 mil pessoas. Faz-me confusão. Ainda me custa um pouco a perceber como é que uma banda que passou uma vida inteira a escrever canções sobre temas como o desejo, a luxúria, as drogas e a religião, se tornou tão "grande"? Só mesmo o génio e o apelo Pop das canções de Martin Gore conseguem explicar todo este sucesso, toda esta "adesão popular". Como sempre, são as canções que fazem toda a diferença. Isso e as tatuagens do Dave, claro...

Ainda assim, admito que preferia os tempos em que os Depeche Mode eram o "nosso" melhor segredo. Quando as massas ainda não os tinha descoberto. Não por saudosismo, nostalgia ou aquele sentimento parolo, tão típico da manada hispter, de que as bandas só são boas quando são conhecidas por 10 pessoas. Nada dessas parvoíces. Simplesmente, sinto que, nessa altura, tinham do seu lado os fãs certos, pelas razões certas.

Hoje, os Depeche Mode arrastam multidões, enchem estádio atrás de estádio. Esta tem sido a realidade da banda nos últimos 20 anos. Com o passar do tempo, alcançaram um estatuto que os coloca ao nível de uns U2 ou uns Rolling Stones. O que não deixa de ser assustador para uma banda que começou com um vocalista e 3 tipos atrás dos teclados. 

Em 2013, os Depeche Mode simbolizam o triunfo da pop electrónica. Mais do que isso. da própria música electrónica. Lutaram e sofreram muito para chegar a esse patamar, que a maioria (talvez até eles próprios) julgavam impossível. 
Hoje têm o sucesso que merecem. O concerto de Rose Bowl, há 25 anos, mudou tudo. Para eles e para nós. Ainda bem...


Para assinalar o 25º aniversário deste concerto, os Depeche Mode divulgaram algumas imagens inéditas do evento, por onde passaram também os Wire, Thomas Dolby e os OMD. Um mimo! Preparem-se para viajar no tempo...


Archives Special - A Concert For The Masses (June 18th, 1988) from Depeche Mode on Vimeo.

O concerto do Rose Bowl ficaria, um ano mais tarde, imortalizado no filme e no álbum "101", ainda hoje, um dos discos ao vivo mais bem sucedidos das últimas décadas. 

O filme realizado por D.A. Pennebaker é um misto de concerto e de documentário, onde os fãs são tão protagonistas como a própria banda.  

"101" cruza imagens de palco com sequências de bastidores (muitas delas, sem filtro), ao mesmo tempo que acompanha o dia a dia de um grupo de fãs da banda, que atravessa a América num autocarro para assistir ao derradeiro concerto da "Concert For the Masses Tour", em Pasadena. De resto, e por causa desta "road trip" filmada na intimidade,"101" é hoje visto como um dos precursores do conceito "reality TV". Portanto, se não sabiam a quem agradecer pelos serões de domingo da TVI...

Fica "101" para recordar na íntegra. A esta distância, ainda sabe melhor.