OPTIMUS ALIVE 2013 | 1º dia


Foi debaixo de um céu cinzento e de alguns pingos mais atrevidos, que arrancou mais uma edição do Optimus Alive.

Já a festa ia longa quando consegui chegar ao recinto, mas não fiquei com a sensação de ter perdido algo de relevante. Os Stereophonics são o tipo de banda que não me aquece, nem arrefece (embora ache piada a um ou outro tema deles). O mesmo se aplica aos Two Door Cinema Club. Dois os três singles simpáticos, que se esquecem imediatamente assim que chegam ao fim. Apesar de tudo, gozam que uma popularidade que não consigo compreender.
Já os Billy Clyro, não são, de todo, a minha praia. Bem pelo contrário, é o tipo de música de que são feitos os meus pesadelos. 

Mais entusiasmante terá sido a estreia em palcos lusos dos AlunaGeorge, que a julgar pelo entusiasmo de colegas festivaleiros, souberam corresponder às expectativas e brindaram os presentes com um concerto arrebatador. Fica para a próxima...

Quando cheguei ao Optimus Alive, já a actuação dos Dead Combo, no palco Heineken, estava na recta final. Ainda assim, deu para perceber que a banda de Tó Trips e Pedro Gonçalves goza de um estatuto que começa a merecer outros palcos.

Seguiu-se o baile folk de Edward Sharpe & the Magnetic Zeros.
A música destes californianos é uma salganhada de country, folk, rock clássico setentista e outras coisas que costumo abominar, mas que neste caso até resulta muito bem. A festa estendeu-se do palco ao público, que vibrou com a intensidade esperada quando a banda interpretou o conhecido "Home".  

Abandonei a trupe de Edward Sharpe a meio, pois estava na hora de rumar ao palco Clubbing para ver Jessie Ware.
E a prestação da britânica não desiludiu. Apenas com um álbum editado, "Devotion", a cantora foi fazendo desfilar, com arte e encanto, as suas canções pop elegantes, contaminadas por uma sensualidade soul e uma vibração "house", que evoca os finais dos 80s, inícios dos 90s.
Os mais novos não sabem, mas Jessie Ware é uma espécie de Lisa Stansfield destes tempos. O que só lhe fica bem. 
"Wildest Moments" e "Running" foram os pontos altos de uma actuação segura que promete voos mais altos. 

Ao mesmo tempo, ao fundo, no palco Optimus, os Green Day faziam o seu chinfrim "punk-pop-de-estádio" inconsequente e derivativo. Optei por manter-me longe. 
Uma decisão sábia, que voltaria a repetir mais tarde quando Steve Aoki começou a disparar as suas batidas impregnadas de "azeite maximal", para o qual já não há (alguma vez houve?) a mínima pachorra.  

Enquanto não chegavam os Disclosure, segui o movimento de massas em direcção ao palco Heineken, que esgotou, para ver os Vampire Weekend
E que dizer de um concerto competente de uma banda que não admiro particularmente?
Pois, foi isso, um concerto competente de uma banda que, apesar das boas referências (Paul Simon, Talking Heads, Beach Boys, Orange Juice) e da entrega e energia em palco, não consegue convencer-me. 
Salvo um ou outro momento de "Contra", não consigo atinar com esta betalhada indie-qualquer-coisa, de Nova Iorque. Os fãs que me perdoem a embirração, mas quem segue este espaço há mais tempo, sabe que nunca a escondi.
A culpa talvez seja dos gritinhos esganiçados do vocalista Ezra Koenig ou da apropriação demasiado excessiva de uma sonoridade que, se não fosse feita por quatro rapazolas brancos de Nova Iorque, jamais teria tanta aclamação. Talvez...

Assim que pude, sai dali, de novo em direcção ao palco Clubbing. 
Precisava limpar os ouvidos. E os Disclosure cumpriram, na perfeição, a sua função, mostrando porque são considerados um dos nomes mais vibrantes da actual música de dança. Não demorou muito para os irmãos Lawrence meterem a plateia a dançar ao som dos temas do estreante e aclamado "Settle". 
Juntamente com Jessie Ware, a dupla protagonizou um dos concertos da noite. 
Se sobreviverem ao hype, num futuro próximo vamos vê-los noutros palcos, de maior dimensão. Vai uma aposta? 


Mais logo, há mais.
Mais logo, há DEPECHE MODE.